Poema distante

Distante do sonho…que me dá alento
Com ardor, transponho...este meu tormento

 Distante de um fado...que vive comigo
Sou quase obrigado ...a este castigo

 Distante do leito...tão aconchegante
Sufoco noo peito...esta dor constante

 Distante da luz...duns olhos leais
Carrego est cruz...pesada demais

Distante da vida...num viver cinzento
Suporto a ferida...que me dói por dentro

Distante da "Flor"...que o amor me deu
Suporto esta dor...dum erro só meu

Distante, distante...mas d'alma lavada
Tenho a madrugada...como doce amante

Pois mesmo distante...do tempo que sou
Nest vida errante...sei bem onde vou

E quando me vejo...distante de ti
Invento um desejo...e sonho-te aqui

 

José Fernandes Castro (Genebra)