O tempo ?

Que tempo?...

Afasto as cortinas

num breve ranger d’argolas

que se atropelam

numa ânsia desesperada

de se ultrapassarem...

E vejo o tempo:

Nuvens sombrias,

que choram o tempo perdido

sem nada fazer.

Folhas amarelas, laranjas,

castanhas,

que viram terminar o seu tempo.

Mas... que tempo?

O tempo de acordar

olhar para trás

ver que sem avisar,

o tempo passou...

Dividido em:

anos,

meses,

dias,

horas,

minutos e segundos,

o tempo dividiu-se para reinar...

Não reparando que os segundos passam,

passamos os dias sem os contar...

e os dias se passam sem se contar.

 

Que raio de trocadilho

o tempo nos pode dar,

com o tic-tac lá no fundo,

sempre, sempre

sem parar.

  

 

Paulo Matos (20-11-2001)