Ambição desmedida

Se toda a gente soubesse medir
A felicidade que Deus lhe deu
Só se importando com o que é seu
Levaria a vida inteira a sorrir.

Deixava de tantas mágoas carpir
Abençoando o dia em que nasceu
Mas o homem por maldade como um sandeu
Só pensa os seus irmãos destruir.

Quer mandar  e enterrar bem fundo
Sentimentos nobre, a própria vida
Tudo destruindo num só segundo

Numa doentia loucura incontida.
Porque pretender subjugar o Mundo
Numa ambição perversa e desmedida?

 

Frechas, 7 de Setembro de 1996,
Abel José Trigo Moutinho